5.1.08

O ANO DE 2007

Não distinguimos nada de importante em 2007, continuou-se foi a assistir a um economicismo imediatista como monoideia e com sacrifício de tudo o resto. A acção deste governo na saúde equipara-se à de uma ventania que destelhou casas, arrancou árvores, derrubou muros, deixou caminhos intransitáveis. E o vento sempre a soprar, impedindo qualquer tentativa de reconstrução.
Encerramento de maternidades, centros de saúde, serviços hospitalares, de urgência, de atendimento permanente. Acesso dos doentes aos cuidados de saúde dificultado. Não aproveitamento de capacidades hospitalares já instaladas, apenas por razões miserabilistas de deve e haver local do tipo “mercearia de bairro”. Desestruturação dos hospitais, com consequente desmantelamento das carreiras médicas, comprometendo-se fatalmente a formação pós-graduada.
Poupa-se dinheiro no atendimento aos doentes e reduzem-se médicos e enfermeiros, mas atulham-se os hospitais de administradores, com as despesas administrativas a dispararem. A nova lei de gestão hospitalar, feita para “agilizar”, diziam, levou pelo contrário a um recrudescimento brutal da burocracia e à catastrófica funcionarização total dos médicos.
Portugal desceu no ranking internacional para 19º lugar na Europa, quando há pouco ocupava o 6º.
E para cúmulo, depois de tudo isto, nem na parte financeira as coisas correram bem: segundo o Tribunal de Contas, o ministério da saúde endividou-se pesadamente face à banca, com pagamento dos juros respectivos. É mesmo para esquecer. Se quisessem destruir o Serviço Nacional de Saúde dificilmente teriam feito melhor…

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